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Tipo de entidade
Forma autorizada do nome
Forma(s) paralela(s) de nome
Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras
Outra(s) forma(s) de nome
- Sergio Pedro Corrêa de Britto
- Sergio Brito
- Sérgio Britto
identificadores para entidades coletivas
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Datas de existência
Histórico
Filho de Lauro e Alzira, o pai era funcionário público e sua mãe, dona de casa. Sergio vivia com eles e o irmão, Hélio. Moradores de Vila Isabel, conhecido bairro carioca. Sua família era religiosa, tradicional e conservadora.
No teatro universitário amador, em 1945, fazendo o papel de Benvoglio em Romeu e Julieta, sua primeira experiência teatral, Sergio descobriu que o teatro seria sua vida. A montagem era dirigida por Esther Leão. No ano de 1945 abandonou a medicina para se dedicar à sua paixão. Chega a se formar em medicina, em 1948, mas não exerce a profissão. No mesmo ano, faz Horácio na histórica encenação de Hamlet, de William Shakespeare, na histórica montagem do TEB, que consagra Sergio Cardoso no papel-título.
Sergio foi o criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, que foi ao ar durante anos na televisão (1955-1964). No elenco, nomes daqueles que vieram a ser os maiores expoentes da classe artística brasileira: Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Natália Timberg, Manoel Carlos, Fernando Torres, Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti, o teleteatro apresentou sob o seu comando repertório aproximadamente 450 peças dos maiores autores nacionais e estrangeiros. Depois de seis anos na extinta TV Tupi, o Grande Teatro transfere-se, para a TV Rio e depois, por seis meses, para a TV Globo - o programa "4 no Teatro", cerca de quinze teleteatros, referência na história da televisão e do teatro brasileiro, e também a estreia dos atores do Teatro dos Sete na Globo.
Em 1949, profissionaliza-se, fundando, com Sergio Cardoso, o Teatro dos Doze que tem Ruggero Jacobbi e Hoffmann Harnisch como diretores.
Em 1950, vai para uma companhia paulista encabeçada por Madalena Nicoll, onde atua em Electra e os Fantasmas, de Eugene O'neill, entre outros desempenhos, e realiza sua primeira experiência de direção, montando, em parceria com Carla Civelli, O Homem, A Besta e A Virtude, de Luigi Pirandello. Em 1952, excursiona com o elenco do Teatro Popular de Arte - TPA, atuando em Manequim, de Henrique Pongetti, com direção de Eugênio Kusnet, entre outras.
Em 1953, participa do primeiro elenco profissional do Teatro de Arena atuando em Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens, direção de José Renato; e dirigindo Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena.
Em 1953, participa do primeiro elenco profissional do Teatro de Arena atuando em Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens, direção de José Renato; e dirigindo Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena. Ainda entre os anos de 1950/55 fez parte da Companhia Maria Della Costa, onde realiza uma série de desempenhos decisivos, em cinco espetáculos dirigidos por Gianni Ratto, mestre que influencia sua evolução artística: O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh; Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau; Mirandolina, de Carlo Goldoni; A Moratória, de Jorge Andrade; e A Ilha dos Papagaios, de Sérgio Tofano.
Em 1956, transfere-se para o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, já na fase de declínio da companhia, em que atua em A Casa de Chá do Luar de Agosto, de John Patrick, com direção de Maurice Vaneau, 1956; no ano seguinte, Rua São Luís, 27 - 8º Andar, de Abílio Pereira de Almeida, encenação de Alberto D'Aversa; e Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, outra direção de D'Aversa, sua última incursão no conjunto.
Em 1959, formou sua própria companhia teatral, o Teatro dos Sete, com Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres, e apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a histórica montagem de O Mambembe, de Artur Azevedo. A Profissão da Senhora Warren, de Bernard Shaw, 1960; no mesmo ano, O Cristo Proclamado, de Francisco Pereira da Silva; e Festival de Comédia, 1962, que lhe vale todos os principais prêmios do ano, pela composição de papéis estilisticamente diferenciados em peças curtas de Cervantes, Molière e Martins Pena. Fora da companhia, ainda sob o comando de Gianni, faz Meu Querido Mentiroso, de Jerome Kilty, 1964, um virtuosístico dueto de câmara com Natalia Timberg, que a mesma dupla retomará 24 anos depois, numa remontagem de 1988; e Santa Joana, de Bernard Shaw, com direção de Flávio Rangel No mesmo ano, volta ao Teatro dos Sete para o espetáculo de despedida do conjunto, Mirandolina, de Carlo Goldoni.
Com o fim do Teatro dos Sete, associa-se a Fernando Torres e Fernanda Montenegro para bem-sucedidas montagens como O Homem do Princípio ao Fim, de Millôr Fernandes, e Volta ao Lar, de Harold Pinter, 1968.
Ainda em 1965, juntamente com Líbero Miguel, dirigiu a primeira novela da Rede Globo, Ilusões Perdidas, e no elenco estavam Emiliano Queiroz, Leila Diniz, Miriam Pires, Norma Blum, Osmar Prado, Reginaldo Faria, entre outros.
Em 1969, na TV Excelsior, Sergio dirigiu A muralha, de Ivani Ribeiro, baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz. A novela tinha no elenco Fernanda Montenegro, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Stênio Garcia e Nathalia Timberg.
Com o fim do Teatro do Sete, funda, no Teatro SENAC, a sua própria empresa, a Sergio Britto Produções Artísticas. Ali, através de três espetáculos dirigidos por Amir Haddad, o ator mergulha nas novas tendências de representação e encenação, e dá uma guinada em sua carreira, rumo ao contemporâneo. É premiado pela atuação em Tango, de Slawomir Mrozek, 1972. Coproduz e protagoniza a versão carioca de Missa Leiga, de Chico de Assis, 1973. Destaca-se como um dos intérpretes de A Gaivota, de Anton Tchekhov dirigida por Jorge Lavelli, demonstrando maturidade interpretativa, em 1974. No mesmo ano, parte para outra colaboração com um consagrado diretor franco-argentino: sob a direção de Victor Garcia ensaia a adaptação de Os Autos Sacramentais, de Calderón de la Barca, numa produção de Ruth Escobar, onde, aos 51 anos, aparece pela primeira vez nu em cena; e durante seis meses percorre o mundo, apresentando-se no Irã, em Londres, Lisboa e Veneza. A peça não foi apresentada no Brasil que vivia os anos de censura da ditadura militar.
Em 1975, atua em A Noite dos Campeões, de Jason Miller, encenação de Cecil Thiré. Dirige a atriz Renata Sorrah, em parceria com Walter Scholiers, em Afinal... uma Mulher de Negócios, de Rainer Werner Fassbinder, em 1977.
Em 1978, fundou o Teatro dos 4 na Gávea, Os quatro, na verdade eram três: Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roved. Durante quinze anos produziram dezessete espetáculos de teatro da maior importância, entre os quais: Os Veranistas, de Máximo Gorki, 1978; faz o papel-título em Papa Highirte, de Oduvaldo Vianna Filho, tendo como diretor Nelson Xavier, Os viciados; Assim é se lhe parece; Tio Vânia; O jardim das cerejeiras, entre outras. O Teatro dos 4 se transformou numa trincheira de um repertório de alto nível e de produções bem cuidadas.
Em 1982, juntamente com fonoaudióloga Glorinha Beutenmuller, ajuda fundar a CAL (Casa de Arte das Laranjeiras), que hoje é considerada uma das escolas mais conceituadas na preparação do ator no Brasil.
Sergio dirige o espetáculo inaugural do conjunto, 1979; dirige o polêmico sucesso de Os Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes, 1980; protagoniza Rei Lear, de William Shakespeare, encenação de Celso Nunes, 1983. Em 1985, está em Assim É... (Se Lhe Parece), de Luigi Pirandello, com direção de Paulo Betti; no mesmo ano, atua ao lado de Rubens Corrêa e Ítalo Rossi em Quatro Vezes Beckett, que marca o início da trajetória do diretor Gerald Thomas no Brasil. Trabalha em A Cerimônia do Adeus, texto e direção de Mauro Rasi, 1987, onde faz o papel de Sartre, e em O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchekhov, 1989, como Gaiev.
Fora do Teatro dos Quatro, dividindo o palco com Tônia Carrero, e sob direção de Gerald Thomas, que influencia a fase mais recente do seu trabalho de ator, faz Quartett, de Heiner Müller, 1986.
Em 1989, assume a direção artística do Centro Cultural do Banco do Brasil - CCBB.
A partir de 1998, foi apresentador do programa semanal Arte com Sergio Britto, na TV Brasil.
Durante a década de 1990, à frente do Teatro Delfim, realiza, com sucesso, uma série de espetáculos musicais, assinando, em parceria com Clovis Levi, textos em que aborda períodos definidos da história e da música brasileiras, como Ai, Ai, Brasil, montagem em comemoração aos 500 anos do descobrimento, em 2000. No ano anterior, convida a jovem diretora Nehle Franke, conhecida em Salvador pela veemência e pessoalidade de sua linguagem, para dirigi-lo em Poder do Hábito, de Thomas Bernhard.
Morreu no dia 17 de dezembro de 2011 aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, devido a problemas cardiorrespiratórios.
Locais
Rio de Janeiro (Brasil) - nascimento (1923)
Vila Isabel, Rio de Janeiro (Brasil) - residência
Irã - apresentação (1974)
Londres (Inglaterra) - apresentação (1974)
Lisboa (Portugal) - apresentação (1974)
Veneza (Itália) - apresentação (1974)
Rio de Janeiro (Brasil) - morte (2011)
Estado Legal
Funções, ocupações e atividades
Ator, diretor, apresentador e roteirista de cinema, televisão e teatro brasileiro.
Mandatos/fontes de autoridade
Estruturas internas/genealogia
Contexto geral
Área de relacionamentos
Área de pontos de acesso
Pontos de acesso - Assuntos
Pontos de acesso - Locais
Ocupações
Zona do controlo
Identificador de autoridade arquivística de documentos
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
ISAAR
CODEARQ
ISO 3166
ISO 8601
ISO 639-2
Estatuto
Nível de detalhe
Datas de criação, revisão ou eliminação
Criação - 06/2023
Línguas e escritas
- português do Brasil
Script(s)
Fontes
BRITTO, Sergio. Fábrica de ilusão: 50 anos de teatro. Rio de Janeiro: Funarte, 1996. 260 p.
BRITTO, Sergio Pedro Corrêa de. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: sergio-britto>. Acesso em: 15 de Mai. 2017. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Notas de manutenção
Descrição realizada pelo Projeto Acesso e difusão no Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Nacional de Artes (CEDOC/Funarte): promovendo a patrimonialização dos acervos privados e de uma plataforma digital em software livre como lugar de memória a partir do AtoM (2022-2023).