Neila Tavares

Neila Marize Tavares: jornalista, atriz, diretora, escritora e apresentadora. Não é surpresa que diante de tantos talentos, a niteroiense tornou-se tão querida pelo público. Nascida em setembro de 1948, sua carreira como atriz começou quase que por acaso. De modo repentino, porém marcante, Neila estreou nos palcos aos 20 anos no Teatro Opinião (RJ) ao ser escalada para substituir a diva Suely Franco (1939-) na peça “Inspetor Geral” (1968), de Nikolai Gogol (1809-1852). A partir desse momento, sua carreira decolou. Marcou presença nos palcos brasileiros, mas foi nas telas brasileiras, de cinema e televisão, que a atriz marcou sua carreira. Sua atuação em telenovelas iniciou em 1969 na Tv Tupi quando interpretou a personagem “Mirela” em “Enquanto Houver Estrelas”, do diretor Mário Brasini (1921-1997). Nos cinemas, no mesmo ano, a atriz interpretou a personagem “Márcia” no drama brasileiro “Memória de Helena”, dirigido por David Neves (1938-1994). Cinco anos depois de sua estreia, sentiu-se motivada a atuar em uma obra inédita do escritor Nelson Rodrigues (1912-1980). Foi a partir dessa motivação que Neila Tavares insistentemente conseguiu convencer o escritor a escrever a peça “Anti-Nelson Rodrigues” (1974), a qual teve o prazer de protagonizar, atuando ao lado de Carlos Gregório (1947-) e Paulo César Pereio (1940-), com quem a atriz era casada. Embora o romance entre Paulo e Neila não tenha durado muito tempo e, em 1975, os atores se divorciaram, o casal teve uma filha: a produtora musical, cenógrafa, diretora e roteirista de televisão Lara Velho. Na carreira cinematográfica, Neila Tavares participou de diversos filmes, entre 1969 e 1978, como “A Penúltima Donzela” (1969), dirigido por Fernando Amaral (1932-1992), “Marcelo Zona Sul” (1970), dirigido por Xavier de Oliveira (1937-), “Um Uisque Antes, Um Cigarro Depois” (1970), dirigido por Flávio Tambellini (1925-1976), “A Estrela Sobe” (1974), dirigido por Bruno Barreto (1955-) e “As Deliciosas Traições do Amor” (1975), dirigido por Phydias Barbosa (19--), Domingos de Oliveira (1936-2019), Tereza Trautman (1951-), entre outros. Em telenovelas, Neila Tavares atuou nas emissoras de televisão: Rede Manchete, Rede Globo, TVE-Brasil e TV Tupi, marcando presença em “Tempo de Viver” (1972), de Péricles Leal (1930-1999), “Gabriela” (1975), de Jorge Amado (1912-2001), “Anjo Mau” (1976), de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), “O Casarão” (1976), de Lauro César Muniz (1938-) e “Sinal de Alerta” (1978), de Dias Gomes (1922-1999) e Walter George Durst (1922-1997). Além de encantar a todos com seu talento como atriz, Neila Tavares também foi jornalista e escreveu para as revistas “Pais e Filhos”, “Mulher de Hoje”, “Ele e Ela” e para o jornal “Folha de São Paulo”. Também atuou como escritora e publicou seu primeiro livro “Orações Para Todos os Credos”, em 1996. Mais tarde publicou “Os Mais Belos Pensamentos dos Grandes Mestres do Espírito”, em 2001, e “Histórias Maravilhosas, para Ler e Pensar”, em 2002. Para a tristeza de seus fãs, em novembro de 2021, Neila Tavares foi diagnosticada com enfisema pulmonar. Meses depois, aos 73 anos, no dia 4 de junho de 2022 na cidade de Rio das Ostras (RJ), Neila partiu, deixando seus fãs com profunda tristeza, mas a memória de sua carreira de múltiplas atuações nas artes do Brasil.

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