Eva Wilma (1933-2021)

A atriz e bailarina brasileira, Eva Wilma Buckup Zarattini, começou seu percurso profissional participando dos grupos de ballet “Ballet Maria Olenewa”, “Grupo Experimental de Ballet”, “Ballet de Halina Biernacka” (c.1910-2005) e “Ballet do IV Centenário de São Paulo” (SP), entre os anos de 1949 e 1952. Tendo como pai, um alemão católico e mãe uma argentina judia de ascendência russa, a paulistana atuou no teatro, cinema e televisão, explorando toda a sua expressão artística, fossem em papéis dramáticos ou cômicos. Aos 14 anos, Eva já era bailarina clássica e teria iniciado sua carreira no "Holiday on Ice", se seus pais não a tivessem proibido sem parar pelo mundo afora. Sua estreia como atriz, portanto, ocorreu cinco anos depois, quando atuou em na peça “Uma Mulher e Três Palhaços” ao lado de seu futuro primeiro marido, John Herbert (1929-2011). Casou-se com o ator e diretor em 1955, com quem teve dois filhos: Vivien Buckup (1956-) e John Herbert Buckup Jr. (1958-). Em 1976, o casal separou-se, repercutindo negativamente para a atriz, sobretudo considerando que a Lei do Divórcio (6.515/1977) só foi sancionada no ano seguinte, em 26 de dezembro de 1977. Três anos depois a atriz casou-se com o ator Carlos Zara (1930-2002), com quem viveu até o falecimento do ator. Uma das fundadoras de um dos grupos teatrais mais importantes entre as décadas de 1950 e 1960, o Teatro Arena, Eva Wilma somou em seu currículo mais de 30 espetáculos teatrais, além de mais de 20 filmes, estreando nos cinemas em 1953 na produção “Uma Pulga na Balança”, sob a direção de Luciano Salce (1922-1989). Na televisão foram mais de 50 trabalhos, incluindo novelas, seriados, minisséries e casos especiais. Sua estreia ocorreu no seriado “Namorados de São Paulo” – título posteriormente alterado para “Alô, Doçura”, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes (c.1920-1993), também ao lado de John Herbert (1929-2011). Com grandes destaques na TV Tupi, após a extinção da emissora, Eva ingressou na TV Globo, acumulando uma série de trabalhos de grande reconhecimento pelo público. Em decorrência de seu brilhantismo e dedicação no teatro, cinema e televisão, a atriz acumulou mais de 20 premiações ao longo de sua carreira. Alguns destaques foram o prêmio Governador do Estado, pelo filme “O Craque” (1955), os prêmios Associação Paulista dos Críticos de Arte e Troféu Imprensa – ambos pela novela “A Viagem” (1974), os prêmios Shell, Molière e Sharp de melhor atriz pelo espetáculo “Querida Mamãe” (1994) e a Medalha Machado de Assis, conferida pela Academia Brasileira de Letras por serviços prestados à Cultura Brasileira (2000). Também engajada na luta pela democracia, a atriz se posicionou no cenário político nacional, participando da Marcha dos Cem Mil, contra a censura da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), ao lado das, também atrizes, Eva Todor (1919-2017), Tônia Carrero (1922-2018), Leila Diniz (1945-1972), Odete Lara (1929-2015) e Norma Bengell (1935-2013). Aos 87 anos de idade, Eva Wilma faleceu em São Paulo (SP), em decorrência de um câncer de ovário, deixando um imensa herança na história da atuação brasileira.

Fontes consultadas