Dina Sfat e Paulo José


Dina Sfat e Paulo José são considerados dois dos maiores atores brasileiros do século XX, responsáveis por acumular em suas carreiras uma série de trabalhos memoráveis para o grande público. Ambos iniciaram suas carreiras no teatro, passaram pelo cinema e eternizaram seus nomes na televisão. Dina Sfat, cujo nome de batismo era Dina Kutner de Souza (1938-1989), acumulou uma série de trabalhos e prêmios de destaque ao longo de sua carreira. Pelo Teatro Maria Della Costa, atuou em “Depois da Queda” (1964), sob a direção de Flávio Rangel. Como integrante do Teatro de Arena, participou das montagens “Arena Conta Zumbi” (1965), pela qual recebeu Prêmio Governador do Estado de São Paulo na categoria de melhor atriz, e “Arena Conta Tiradentes" (1967) – ambas dirigidas por Augusto Boal. No Teatro Oficina, fez parte do elenco do espetáculo “O Rei da Vela”, do celebrado diretor José Celso Martinez Correa. Ocupando outros espaços dentro do teatro, Dina Sfat produziu os espetáculos “As Criadas" (1981), “Hedda Gabler” (1982) – Prêmio Mambembe de melhor produção teatral – e “Ninguém paga, Ninguém paga” (1986). A carreira no cinema foi marcada por grandes trabalhos, recebendo os prêmios de melhor atriz e atriz coadjuvante no Festival de Brasília pelos longas “Os Deuses e os Mortos”, de Ruy Guerra (1970), e “O Homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade (1981), respectivamente. Na televisão, a atriz entrou para o imaginário popular ao participar de novelas consagradas, como a primeira versão de “Selva de Pedra” (1972) – prêmio Helena Silveira de melhor atriz –, “Gabriela” (1975), “Saramandaia” (1976), a primeira versão de “O Astro” (1977) e “Bebê a Bordo” (1988) – todas na TV Globo. Paulo José Gómez de Souza – ou apenas Paulo José (1937-2021) – construiu uma carreira de 60 anos ocupando diversos espaços artísticos. O ator e diretor iniciou sua jornada nos palcos com a peça "O Muro” de Jean Paul Sartre e Lineu Dias, em 1954. Dali para a frente, fez história ao integrar o famoso Teatro de Arena, em São Paulo, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal, Juca de Oliveira, Paulo Cotrim e Flávio Império. Na televisão, Paulo José tanto atuou como dirigiu produções. Estreou na TV Globo em 1960, na novela "Véu de Noiva", de Janete Clair. Na telenovela “O Primeiro Amor”, de Walther Negrão, o ator interpretou o mecânico-inventor “Shazan”, contracenando com Flávio Migliaccio. A dupla alcançou enorme sucesso frente ao público, estrelando, entre os anos 1972 e 1974 o seriado "Shazan, Xerife e Cia. Como diretor, alguns dos trabalhos de Paulo José foram os episódios “Em Nome do Filho”, “A Outra”, “O Desaparecido”, “Mal Secreto”, “Palavras de Amor” e “Isca de Polícia” do programa televisivo "Você Decide", entre os anos de 1992 e 1993. A estreia de Paulo José nos cinemas se deu em 1966, através de sua participação no longa-metragem "O Padre e a Moça" de Joaquim Pedro de Andrade, cuja atuação rendeu indicação à categoria de melhor ator no Prêmio Saci. Acumulou, após isso, diversas atuações e prêmios, destacando-se pelos papéis de “Paulo” no filme “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos Oliveira, que lhe rendeu três premiações por Melhor Ator: no Festival de Brasília, no Prêmio INC e no Prêmio Air France. Como diretor, destacou-se ao lado de Fernando Amaral no filme "Gaudêncio, O Centauro dos Pampas" (1971), onde também interpretou o personagem-título. Paulo José e Dina Sfat se conheceram no Teatro de Arena e se casaram em 1963. Da relação dos dois nasceram suas três filhas: Bel (1970-), Ana (1971-) e Clara Kutner (1976). Permaneceram juntos por 17 anos, com a relação chegando ao fim em 1981. O acervo iconográfico que apoia esta exposição foi doado à Funarte pelos dois atores, em 05 de novembro de 1981, passando a ser custodiado pelo Centro de Documentação e Pesquisa. O arquivo do casal possui recortes de jornal, programas, periódicos, textos teatrais diversos e fotografias.


Confira essas e outras imagens no acervo do casal.

Fontes consultadas


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