Mostrar 697 resultados

Registo de autoridade
Luiz Carlos Mendes Ripper
Pessoa singular · 16/07/1943-20/12/1996

Luiz Carlos Mendes Ripper dá nova dimensão ao tratamento cenográfico nas encenações dos principais grupos cariocas dos anos 70, refletindo as expectativas inovadoras propostas por seus integrantes. De 1962 a 1965 faz curso de artes e arquitetura na Universidade de Brasília. Inicia carreira profissional no cinema em 1965 e trabalha com vários cineastas, como Nelson Pereira dos Santos, Walter Lima Júnior, Arnaldo Jabor, Leon Hirschman, Carlos Diegues, entre outros. Em 1970, inicia as atividades no teatro, acumulando, muitas vezes, as funções de diretor, produtor, cenógrafo, figurinista e iluminador. Cria a "ambientação visual" para as encenações do Teatro Ipanema, destacando-se os espetáculos Hoje É Dia de Rock, de José Vicente, com direção de Rubens Corrêa, 1971, ganhando o Prêmio Governador do Estado de melhor figurino; e A China É Azul, de José Wilker, 1972, sendo novamente premiado como melhor figurinista pelo Molière. Neles, a disposição cênica da cenografia rompe com a concepção convencional de palco-plateia, integrando os espectadores ao plano dos atores. Cria um corredor, onde o público fica disposto dos dois lados, envolvendo a representação. Como diretor, destacam-se seus trabalhos em Avatar, de Paulo Afonso Grisolli, 1974; uma ousada mas não muito bem-sucedida parceria com o espanhol Fernando Arrabal em A Torre de Babel, produção do Teatro Ruth Escobar, 1977; e El Dia Que Me Quieras, de José Ignácio Cabrujas, premiado como um dos melhores espetáculos de 1980, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1988, Ripper ganha Prêmio Shell de melhor cenografia por Extra-Vagância, de Dacia Maraini, texto dirigido por ele.
Sobre seu trabalho em Avatar, o crítico Yan Michalski comenta: "Acumulando agora as funções de ambientador visual com a direção, concebeu um espaço cênico de grande originalidade e expressividade visual, no qual os corpos dos atores desenhavam uma estranha dança violentamente estilizada". Professor de educação artística, artes cênicas, artes plásticas e de cenografia, participa na reforma didática da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e dá aulas de cenografia no Rio de Janeiro, no Instituto de Arquitetos do Brasil, Pontifícia Universidade Católica, Faculdade de Arquitetura da Universidade Santa Úrsula, e em Brasília no Centro de Extensão Cultural da Universidade de Brasília. Entra para a Fundação Nacional de Artes Cênicas, Fundacen, em 1986. Assume a direção do Centro Técnico de Artes Cênicas. Formula as bases de atuação do novo Centro, que, entre outras atividades, dá assessoria para construção e reformas de espaços cênicos e oferece cursos na área de cenotécnica. No fim de 1995, paralisa suas atividades devido a problemas de saúde. Luiz Carlos Ripper, juntamente com a musicista Cecília Conde, participam intensamente dos laboratórios propostos pelos grupos do Teatro Ipanema e A Comunidade, na criação de um ambiente visual e sonoro orgânico para seus espetáculos. Essas criações cenográficas e musicais pontuaram as encenações de grupos da década de 1970, com novas relações entre palco-plateia, ator-personagem, produção-grupo, dramaturgia-criação coletiva. O trabalho de cenografia de Luiz Carlos Ripper, segundo o professor e crítico Roberto de Cleto, se destaca por propor um "espaço em mutação, onde as áreas e os volumes devem ser tão capazes de transmutação quanto a palavra e a emoção do ator e onde o espaço cênico dos teatros tenha maior capacidade de mobilidade interna da cena e externa da plateia, possibilitando ao espectador participar mais diretamente daquela fantasia".

Mario Aizen
Pessoa singular
Mohana
Pessoa singular
Oton Berquó
Pessoa singular
Roberto de Cleto
Pessoa singular · 18/08/1931-25/01/1998

Roberto de Cleto foi um dos fundadores do Teatro da Praça, inaugurado em 15/05/1958, durante o governo Carlos Lacerda, com a peça infantil "O Bobo Bobão", de Lígia Nunes, com direção de Fábio Sabag. O elenco era formado por Cláudio Corrêa e Castro, Roberto Ribeiro e alguns convidados. O teatro nasceu a partir da cessão do auditório do Centro de Recreação e Cultura da Escola Municipal Dom Aquino Correa a um grupo de atores oriundo do "Tablado", com o nome "Teatro da Praça". Em junho de 1958, o espetáculo "O Chapéu de Palha de Itália", de Euggene Labiche, direção de Geraldo Queiroz, cenários de Bela Paes Leme, com elenco de 48 atores, incluindo os artistas do grupo fundador do espaço, marcou a estreia da programação para adultos. Riva Nimitz, Isolda Cresta, Kalma Murtinho, Cláudio Corrêa e Castro, Fábio Sabag, Roberto Ribeiro e Átila Iório formaram este elenco. O grupo Teatro da Praça se desfez em 1961, deixando o teatro com programações esporádicas apresentadas por outros grupos com espetáculos infantis. Foi professor de teatro de atores como Jandira Martini, Marcos Caruso e Eliezer Motta. Sua estreia na televisão se deu quando participou do programa infantil Teatrinho Trol exibido pela Rede Tupi de 1956 a 1966. O ator era o Príncipe, ao lado da atriz Norma Blum que fazia uma das princesas. As outras princesas eram interpretadas por Carmen Monegal, Íris Bruzzi e Neide Aparecida. Em 1967, Roberto de Cleto fez o papel título da novela infantil O Jardineiro Espanhol, exibida pela Rede Tupi, com direção de Fábio Sabag e de Antonio Abujamra e adaptação de Tatiana Belinky. Roberto de Cleto também foi colunista do jornal A Última Hora e em parceria com Oscar Felipe, comandou da peça "E Deus Criou a Varoa".