Teatro de Revista


O Teatro de Revista!, gênero musical importado da França, tinha uma estrutura característica, fragmentada em quadros independentes que se conectavam através de um enredo frágil. Ganhou o público brasileiro em 1859, quando o espetáculo "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de Justiniano de Figueiredo Novaes, foi apresentado pela Gênero musical importado da França, o Teatro de Revista, ganhou o público brasileiro em 1859, quando o espetáculo "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de Justiniano de Figueiredo Novaes, foi apresentado pela primeira vez no Teatro Ginásio, no Rio de Janeiro (RJ).
No Brasil, o gênero se desenvolveu em três fases: a primeira foi marcada pelas revistas e as burletas – isto é, espetáculos musicais com tema cômico e satírico, com uma linguagem que valorizava o texto ao invés da encenação, e trazia críticas de costumes através de versos e personagens alegóricos. A segunda fase foi caracterizada pelo equilíbrio entre quadros cômicos e de crítica política, e os números musicais e de fantasia. Nessa época, o elemento espetacular começou a ganhar força, transformando a forma de produzir o Teatro de Revista. A terceira fase foi a mais gloriosa. Marcou-se pela presença de grandes empreendimentos como a Companhia Nacional de Revistas e Burletas do empresário Pascoal Segreto no Teatro São José (RJ); a companhia francesa Ba-ta-clan, que trouxe para o gênero a valorização do corpo feminino com danças, quadros musicais e fantasias; a companhia de Jardel Jércolis, que substituiu a orquestra de cordas por bandas de jazz e incorporou a performance física do maestro como parte do espetáculo.
Foi a Companhia de Revistas Margarida Max de Manoel Pinto, entretanto, a que revolucionou as revistas com seus espetáculos grandiosos. Após o falecimento de seu fundador, seu filho Walter Pinto assume os negócios e eleva a Companhia a um novo patamar. Rebatizada como Companhia Walter Pinto, estreou em 1940 com o espetáculo "É Disso que Eu Gosto", de Miguel Orrico, Oscarito Brennier e Vicente Marchelli. O título foi extraído da música cantada por Carmen Miranda, que estava à frente do elenco, junto a Oscarito e Margot Louro.
A grandiosidade e o luxo eram o grande objetivo do gênero nessa última fase. Investia-se em grandes cenários com escadas, luzes e efeitos de maquinaria, coreografias fabulosas, coros e orquestras numerosos e figurinos que deslumbravam o público. Vedetes, atores e atrizes como Grande Otelo, Mara Rubia, Dercy Gonçalves e Virgínia Lane marcaram suas produções. Sua ousadia e compromisso com o humor fez nascer grandes espetáculos, como "Tico-tico no Fubá" (1944) e "Quê Que Há Com Teu Piru?" (1947). Gradativamente, no entanto, a revista começou a mudar o estilo de seus espetáculos, levando a decadência do Teatro Revista, que praticamente se extinguiu na década de 1960.
Essa exposição traz alguns dos grandes sucessos do Teatro de Revista produzido pela companhia Walter Pinto que estão disponíveis no acervo da Funarte.


Fontes consultadas


FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTES. Brasil: memória das artes, 2023. Disponível em: https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/. Acesso em 23 de nov. de 2023.
TEATRO de Revista. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: . Acesso em: 05 de dez. de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
WALTER Pinto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: . Acesso em: 06 de dez. de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7